“Casarões de João Pessoa em ruínas”
13 de agosto de 2015 |
O Jornal da Paraíba publicou em sua edição desta quinta-feira (13) a matéria de capa “Casarões em ruínas, descaso com a história”. Na publicação o jornal traz a informação que, de acordo com a Defesa Civil da Capital, 87 imóveis históricos têm risco de desmoronar e muitos outros estão se transformando em ruínas.
De acordo com o presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo da Paraíba (CAU/PB), Cristiano Rolim, o processo de construção das cidades tem que ser revisto. “Essa matéria publicada pelo Jornal da Paraíba tem que ser vista como um alerta. Nós temos que ter uma nova visão sobre esse patrimônio e isso tem que ser uma coisa conjunta do CAU, das universidades, dos órgãos patrimoniais e dos gestores e financiadores de habitação, porque é a habitação que dá vida ao local. Não adianta investir valores absurdos para se suprir uma carência habitacional que o país têm, de uma forma geral, quando nós temos uma reserva já edificada, em áreas consolidadas, de infraestrutura, de transporte público, mas que estão sendo abandonadas”, analisou Cristiano.
De acordo com o presidente do CAU/PB, a preservação do patrimônio histórico e as medidas preventivas, de preservação desse patrimônio, são ações primordiais não só do conselho mas da classe dos arquitetos como um todo. “Essa preservação da memória, da nossa evolução, o reconhecimento como um marco histórico, que temos nas nossas ruas, deve ser ação permanente de intenção da categoria como um todo e também da população, que deveria se apropriar desses espaços, reconhecendo a sua importância”, destacou o presidente, ressaltando que enquanto não tivermos uma ação voltada à educação patrimonial da população da cidade, em que ela valorize esse patrimônio e reconheça esse patrimônio como valor cultural, vamos sempre sofrer com esse processo de degradação.
Cristiano Rolim destacou ainda a importância de políticas de incentivos fiscais para que esse patrimônio fosse conservado. “A grande maioria dessas casas estão em espólios, já não têm mais tanto valor imobiliário, então tem que ser uma ação conjunta, integrada, de requalificação desses espaços”, completou o presidente do CAU/PB.
De acordo com a reportagem, a responsabilidade de restauração desses imóveis não é do Estado ou do município. O Instituto do Patrimônio Histórico do Estado da Paraíba (Ipaep) é o responsável por analisar e notificar os proprietários para que tomem alguma providência. Ainda na reportagem, de acordo com a superintendente do Iphaep, Cassandra Figueiredo, existe um cronograma contínuo de fiscalização onde os proprietários são notificados e obras irregulares são embargadas. Nos casos de abandono são ajuizadas ações civis públicas. O Iphaep informou ainda que dos 87 imóveis em risco, 23 já foram recuperados.
Com informações do Jornal da Paraíba