Um ano sem Oscar Niemeyer
5 de dezembro de 2013 |
Há um ano o Brasil perdeu um dos mestres de sua Arquitetura. Oscar Niemeyer faleceu prestes a completar 105 anos de idade. Sua impressionante longevidade deriva de uma força criativa ímpar, expressa em uma galeria de trabalhos célebres em todo mundo, percurso iniciado em 1937, com a chamada Obra do Berço, no bairro da Lagoa, Rio de Janeiro.
Com pilotis, plantas e fachadas livres, já demonstrava a influência do arquiteto francês Le Corbusier – com o qual teve a oportunidade de trabalhar um ano antes, quando este esteve no Brasil.
Cláudio Queiroz, professor da Universidade de Brasília (UnB) e antigo colaborador de Niemeyer, o criador dos principais edifícios de Brasília conjugava a uma visão de mundo universal outra contextual, em que considera os elementos culturais e inspirações locais. “Ele celebra nosso cosmopolitismo de modo formidável”.
“Niemeyer é indiscutivelmente a grande referência da arquitetura brasileira, está acima de qualquer crítica. Embora não seja perfeita, é uma obra soberba”, avalia o arquiteto José Carlos Córdova Coutinho, um dos maiores estudiosos da obra de Niemeyer. Conforme o professor, o mestre nunca se propôs a ser funcionalista, “mas sempre perseguiu, confessadamente, surpresa, emoção, encantamento. Sua obra é espetacular, pois entende a arquitetura como espetáculo”. Para ele, Niemeyer está no panteão da cultura brasileira, não só da arquitetura, ao lado de nomes como Portinari, Carlos Drummond de Andrade que marcaram indelevelmente uma época.
Oscar Niemeyer Soares Filho, autor de mais de 600 obras, foi o primeiro arquiteto e urbanista a se registrar no CAU/BR, com o número A0001-9.