CAU/PB apoia nota de repúdio do CONPEC/IPHAEP sobre a alteração do nome da Av. Princesa Isabel
14 de dezembro de 2016 |
O Conselho de Arquitetura e Urbanismo da Paraíba (CAU/PB) apoia a nota de repúdio divulgada pelo Conselho de Proteção dos Bens Históricos Culturais (CONPEC) do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado da Paraíba (IPHAEP) sobre a alteração do nome da Avenida Princesa Isabel, uma das principais e mais tradicionais ruas da cidade de João Pessoa.
“A história urbana se faz também pelo reconhecimento dos espaços públicos e da vivência desses espaços na memória das pessoas e esses nomes fazem parte dessa história. É muito importante que o legislador, ao propor homenagens, que elas não se sobreponham ao que está gravado no lado afetivo da população da cidade”, destacou o presidente do CAU/PB, Cristiano Rolim.
O IPHAEP relata em ofício enviado ao CONPEC, do qual o CAU/PB faz parte, que foi informado pela população inquieta, que mudaram sem consulta prévia, o nome da Av. Princesa Isabel para Avenida Doutor Leonardo Lívio Ângelo Paulino, como homenagem póstuma a um servidor de carreira do quadro permanente do TER-PB. A homenagem póstuma foi sancionada pelo prefeito Luciano Cartaxo, sob a Lei orgânica n.º 13,154 de 20 de dezembro de 2015, tendo como propositor o vereador Durval Ferreira.
O CAU/PB, juntamente com o CONPEC/IPHAEP, entendem que a referida rua é um espaço de memória de moradores e transeuntes e vem protestar contra esse atentado à memória pessoense e solicitar à Câmara Municipal uma audiência pública para debater o assunto.
Quem foi a Princesa Isabel? – Isabel Cristina Leopoldina Augusta Micaela Gabriela Gonzaga de Bragança, nascida no Rio de Janeiro em 29 de julho de 1846, filha de Dom Pedro II e de Dona Tereza Cristina, era casada com Luis Felipe Maria Fernando Gastão de Orleans, o Conde D’Eu. Em sua regência, em 1888 (quando da viagem de seu pai ao exterior), sancionou a Lei Áurea, abolindo o sistema de escravidão negra no Brasil, no dia 13 de maio.
Exilada do Brasil em 1889, faleceu em Paris em 1921 impedida de voltar ao seu país, como era seu desejo. Os restos mortais da princesa estão sepultados na Catedral de Petrópolis. Isabel sofreu o mais longo exílio que registra a história do Brasil.