Nossa responsabilidade
15 de dezembro de 2015 |
Um novo momento no país de uma velha caminhada da profissão
Com a Lei 12.378/2010 que regulamentou o exercício da Arquitetura e Urbanismo e criou o Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil – CAU, o Arquiteto e Urbanista, que tem um vasto campo de atuação com formação humanística e cultural, deve estar preparado para colocar os interesses coletivos acima dos interesses particulares e manter um relacionamento adequado com os diferentes grupos com os quais tem contato.
As qualidades profissionais e éticas para o desempenho da profissão convergem para a capacitação técnica, humana, social, ambiental e artística, diante das necessidades de respostas às diversas realidades sociais, econômicas e culturais, com o comprometimento constante, diante da sociedade em que atuamos. O meio ambiente e as questões de cidadania, as condições de habilidades profissionais regidas por padrões éticos.
É fundamental que se estabeleça uma estreita relação entre o ensino acadêmico e a prática profissional, enfatizando os princípios éticos, para formar no estudante uma atitude de responsabilidade e de respeito aos profissionais arquitetos e à sociedade.
Com o crescimento das cidades e o agravamento das condições de moradia, saneamento, transporte, da qualidade de habitabilidade e de vida do espaço urbano, crescem as demandas por espaço apropriado nas áreas de saúde, educação, cultura e lazer, ressaltando a importância e necessidade da atuação do Arquiteto e Urbanista, que nem sempre é alcançada. Um arquiteto que possa atender às demandas de toda a sociedade é a nossa meta.
Nesta forma de atendimento mais amplo é que não somente os cursos, mas também o recém-implantado Conselho de Arquitetura e Urbanismo deve focar sua ação. Se a sociedade brasileira demanda cada vez mais a participação do Arquiteto e Urbanista na resolução de seus problemas, a própria sociedade e os profissionais não encontraram ainda dispositivos que propiciem os benefícios da atuação do arquiteto à totalidade da população. Mesmo que, desde 2008, exista uma lei que assegure “às famílias de baixa renda assistência técnica pública e gratuita para o projeto e a construção de habitação de interesse social” (Lei 11.888/2008).
O CAU em seus primeiros passos e primeiros anos de funcionamento, ao assumir seu papel no cadastramento dos cursos, registro dos egressos, definição de normas que observem a legislação profissional e fiscalização do exercício profissional tem muito a contribuir. No Censo promovido em 2013 pelo CAU/BR, o maior obstáculo para o exercício da profissão, apontado por 52% dos entrevistados, é a não valorização do Arquiteto e Urbanista pela sociedade. Nossa atuação é vista por parte da sociedade como supérflua, nossa profissão é banalizada por falta de conhecimento sobre as funções e o saber técnico que envolvem nosso trabalho.
Nosso palco de ação por excelência é a cidade, complexa e heterogênea com enormes diferenças sociais, ambientais e econômicas. O desafio é sermos uma necessidade, com autovalorização profissional e fortalecimento dos organismos de classe e da união da categoria para mudar.
Valorizar, significa assumir a responsabilidade de estar presente e atuante em diferentes situações e contextos sociais e assumir a importância do trabalho do Arquiteto e Urbanista na melhoria da qualidade de vida do indivíduo e cidadão.
O CAU se propõe a construir esse tipo de prática, e ao invés da crítica, esperamos o incentivo e a colaboração para que as gestões melhorem. Ao CAU não resta alternativa senão a de exercer seu papel legal e institucional neste processo.
“Liberdade significa responsabilidade. É por isso que tanta gente tem medo dela”.
George Bernard Shaw
O conselho garante a liberdade de exercer a nossa profissão mas exige, de toda categoria, a responsabilidade de fazê-lo.
Um responsivo 15 de Dezembro aos Arquitetos Paraibanos.
Cristiano Rolim
Arquiteto e Urbanista
Presidente do CAU/PB