Centenário da Praça da Independência

Neste dia 07 de setembro celebramos os 200 anos da Independência do Brasil. Em João Pessoa, a Praça da Independência, localizada no bairro de Tambiá, completa 100 anos. Considerada um marco cívico da Capital da Paraíba, a Praça da Independência foi construída e inaugurada em 1922 e possui uma área de aproximadamente 70 mil metros quadrados. “A praça é um marco comemorativo ao centenário da independência do Brasil e foi um projeto encomendado por Walfredo Guedes Pereira, gestor municipal da época, ao arquiteto e urbanista Hermenegildo Di Lascio”, contou o arquiteto e urbanista e paisagista Saulo Leal.

De acordo com Saulo Leal, para o projeto da Praça da Independência, o arquiteto e urbanista Hermenegildo Di Lascio se baseou no traçado geométrico, que era típico das praças clássicas francesas da época. “Na década de 50, um prefeito chamado Luiz de Oliveira Lima convidou o paisagista Roberto Burle Marx pra fazer um melhoramento paisagístico na Praça da Independência. Esse projeto nunca foi executado. Burle Marx fez uma planta, uma nova proposta, retirando todo esse traçado geométrico e propondo algo bem modernista. Só que nunca foi executado, a não ser algumas sugestões que foram acatadas como o plantio dos abricós de macaco e dos paus brasil”, contou Saulo Leal. 

Segundo informações do Museu da Cidade de João Pessoa, a praça possuía um coreto cívico, que acomodava autoridades e a sociedade para assistirem desfiles comemorativos às datas históricas. O coreto apresenta elementos arquitetônicos característicos do Neoclássico, tais como a platibanda e as balaustradas. Hoje, o coreto abriga uma floricultura. No centro da praça encontra-se um obelisco de granito com 10 metros de altura, simbolizando a vitória como um marco comemorativo da independência do Brasil.

Tombamento – O tombamento da Praça da Independência foi realizado em 26 de agosto de 1980, conforme Decreto de Tombamento n. 8.641. A praça foi planejada no processo de modernização da cidade no início do século XX, sendo um marco, junto com a Avenida Epitácio Pessoa, por representar a via de expansão para a orla marítima.

No ano de 2015, foi desenvolvido um novo projeto paisagístico para a Praça da Independência, com a recuperação de toda a infraestrutura mantendo o mesmo traçado, recuperando apenas o mobiliário, os canteiros, meio-fio, iluminação e a pintura do coreto. “Como a praça é tombada, não pudemos fazer modificações em relação ao seu traçado, no entanto, à frente da diretoria de paisagismo, chefiei uma equipe onde fizemos uma nova proposta de inserção de vegetação. Mantivemos os mesmos formatos dos canteiros, mas dentro propusemos uma nova vegetação, um novo projeto paisagístico. Foram mantidas as espécies arbóreas, exceto algumas palmeiras que foram suprimidas porque não tinham mais condições fitossanitárias de permanecerem. E fizemos a inserção de várias espécies arbustivas, como helicônias, dracenas vermelhas, abacaxis roxos, para dar contraste, uma infinidade de espécies vegetais arbustivas, que criaram maciços e reforçavam esse traçado, culminando no obelisco”, explicou Saulo Leal.

“Diferentemente de outras praças, a Praça da Independência é mais contemplativa. Não temos atividades recreativas e esportivas. Ela está muito mais relacionada às atividades de contemplação”, contou o paisagista. 

Curiosidade – As ruas que cercam a praça possuem nomes que remetem à família colonial brasileira: Pedro I, Pedro II e Princesa Isabel.

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