Conselheira Camila Leal participa de aprovação que promoveu mudança no Regimento Eleitoral do CAU Brasil
5 de setembro de 2022 |
“Ouso afirmar que 02.09.2022 foi um dia que entrou para a história do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil. Dia em que se aprovou no Regimento Eleitoral do CAU a obrigatoriedade das cotas de representatividade na composição das chapas que disputam os cargos para compor o plenário do CAU/BR e CAU/UF”. Esta afirmação é da conselheira federal pela Paraíba, Camila Leal, uma das responsáveis por essa conquista.
A aprovação aconteceu na 16ª Reunião Plenária Extraordinária do CAU Brasil, ocorrida na última sexta-feira (02), em Brasília/DF. As Cotas de Representatividade são uma proposta elaborada pela Comissão Temporária de Raça, Equidade e Diversidade do CAU/BR e suas congêneres nos CAU/UF, da qual fazem parte a conselheira federal Camila Leal e o presidente do CAU Paraíba, Eduardo Nóbrega. De acordo com a proposta, a partir de agora, a composição das chapas eleitorais de cada Estado da Federação e do Distrito Federal deverá assegurar, entre o primeiro terço dos membros titulares (nas vagas federal e estaduais), ao menos um dos seguintes critérios de representatividade:
I – mulheres;
II – pessoas pardas, pretas ou indígenas;
III – pessoas LGBTQIA+;
IV – pessoas com deficiência (PCD);
V – pessoas com até 10 anos de formação;
VI – pessoas com formação e/ou atuação no interior do estado.
De acordo com Camila, em 2018 o CAU Brasil se tornou signatário dos Princípios de Empoderamento das Mulheres da ONU, assumindo publicamente o compromisso com a agenda de promoção à equidade de gênero. Nesse mesmo ano, o estado de Santa Catarina compôs a primeira chapa totalmente feminina a concorrer às eleições do Conselho. Já em 2019, foi criada a Comissão Temporária para a Equidade de Gênero, que apresenta como resultado o 1º Diagnóstico de Gênero do CAU. “Desde então, esse tema começou a ganhar visibilidade nos debates em torno da nossa atuação profissional e nas últimas eleições do conselho (2020) vimos o surgimento de chapas plurais ou 100% femininas que traziam essa pauta. Fruto de muito trabalho e incentivo, houve uma tímida crescente da participação feminina, dentro do conselho”, contou Camila.
“Desde que o CAU apresentou o 1º diagnóstico de gênero (2019) esse tema começou a fazer parte dos debates e nas últimas eleições do conselho (2020) vimos o surgimento de chapas plurais ou 100% femininas, que traziam essa pauta. Fruto de muito trabalho e incentivo, houve uma tímida crescente da participação feminina dentro do conselho. Apesar desse avanço, ao fazermos uma análise mais profunda, o que se percebe é que as candidaturas representativas estão nas últimas posições ou nas suplências das chapas e isso não garante a renovação do plenário, tendo em vista que a composição se dá por proporcionalidade de votos e poucas dessas candidaturas entram na gestão. É daí que vem o desenho da cota. A obrigatoriedade entre as vagas de titulares no primeiro terço das chapas é a estratégia que garante efetivamente que a pessoa vai assumir o cargo e tornar o plenário mais diverso”, explicou Camila Leal.
Foram 14 votos a favor da obrigatoriedade das cotas, 11 votos pela recomendação da cota e duas abstenções. Daniela Sarmento, primeira vice-presidente do CAU Brasil, destacou a importância da aprovação das cotas. “A política de equidade que o CAU vem construindo está tendo resultado. Que bom que estamos conseguindo construir esse crescente de participação e de inclusão. O mais interessante é que no momento da jornada que nós estamos agora, que começa com a participação das mulheres, nós ampliamos radicalmente o olhar sobre esse panorama da inclusão, e hoje temos inclusão de raça, gênero, uma diversidade muito maior”, analisou.
“Foi um lindo árduo trabalho feito à dezenas de mãos! Mulheres, muito obrigada por embarcarem nessa saga sem fim de reuniões, estudos e articulações. Foi um processo de muito aprendizado”, finalizou a conselheira Camila Leal.
Clique no link e assista à 16ª REUNIÃO PLENÁRIA EXTRAORDINÁRIA DO CAU/BR.