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Entidades de Arquitetura e Urbanismo do Estado publicam carta de repúdio sobre a destruição do painel de azulejos do edifício da Reitoria da UFPB
25 de setembro de 2020 |
O Conselho de Arquitetura e Urbanismo da Paraíba (CAU/PB), juntamente com o Departamento de Arquitetura e Urbanismo (DAU-UFPB), o Programa de Pós-graduação em Arquitetura e Urbanismo (PPGAU-UFPB) e o Instituto de Arquitetos do Brasil – Departamento da Paraíba (IAB-PB), publicam nesta semana uma carta de repúdio sobre a destruição do painel de azulejos do edifício da Reitoria da UFPB.
No documento, as entidades cobram a necessidade urgente de um plano diretor para a instituição, que degrada seu patrimônio arquitetônico ignorando a sua história. Veja o texto completo abaixo:
Destruição do painel de azulejos do edifício da Reitoria da UFPB
Carta de Repúdio
O Departamento de Arquitetura e Urbanismo [DAU UFPB], o Programa de Pós-graduação em Arquitetura e
Urbanismo [PPGAU UFPB], juntamente com o Instituto de Arquitetos do Brasil – Departamento da Paraíba [IAB
PB] e o Conselho de Arquitetura e Urbanismo da Paraíba [CAU PB] , vêm a público repudiar, veementemente,
os fatos desastrosos ocorridos no Campus I da Universidade Federal da Paraíba.
Urbanismo [PPGAU UFPB], juntamente com o Instituto de Arquitetos do Brasil – Departamento da Paraíba [IAB
PB] e o Conselho de Arquitetura e Urbanismo da Paraíba [CAU PB] , vêm a público repudiar, veementemente,
os fatos desastrosos ocorridos no Campus I da Universidade Federal da Paraíba.
Nas últimas semanas, a Superintendência de Infraestrutura [SEINFRA UFPB], responsável pelo planejamento
e execução das obras na Cidade Universitária, destruiu um valioso mural de azulejos no prédio da Reitoria.
Trata-se da destruição de um elemento que é parte indissociável da concepção do edifício, projetado
originalmente para abrigar a Biblioteca da UFPB, em 1968, pelo arquiteto e urbanista Acácio Gil Borsoi,
expoente nacional do Movimento Moderno na arquitetura brasileira.
e execução das obras na Cidade Universitária, destruiu um valioso mural de azulejos no prédio da Reitoria.
Trata-se da destruição de um elemento que é parte indissociável da concepção do edifício, projetado
originalmente para abrigar a Biblioteca da UFPB, em 1968, pelo arquiteto e urbanista Acácio Gil Borsoi,
expoente nacional do Movimento Moderno na arquitetura brasileira.
Os procedimentos adotados pela Superintendência de Infraestrutura [SEINFRA UFPB], ignoram o zelo e o rigor
com que o patrimônio construído, e todas as atividade relacionadas com a concepção, projeto e produção em
arquitetura e urbanismo, são tratadas no âmbito do ensino e pesquisa da própria instituição. Esta destruição
revela, em um gesto que tem sido recorrente, a ignorância e incapacidade de domínio dos aspectos básicos e
conceituais que devem nortear uma intervenção arquitetônica; ignora a história, a tecnologia, a racionalidade
e a própria prática deontológica; trata-se de uma atuação vandálica contra a primeira geração de edifícios da
História da UFPB.
com que o patrimônio construído, e todas as atividade relacionadas com a concepção, projeto e produção em
arquitetura e urbanismo, são tratadas no âmbito do ensino e pesquisa da própria instituição. Esta destruição
revela, em um gesto que tem sido recorrente, a ignorância e incapacidade de domínio dos aspectos básicos e
conceituais que devem nortear uma intervenção arquitetônica; ignora a história, a tecnologia, a racionalidade
e a própria prática deontológica; trata-se de uma atuação vandálica contra a primeira geração de edifícios da
História da UFPB.
Nosso patrimônio arquitetônico moderno vem sendo destruído de forma recorrente na Cidade Universitária.
Atualmente a SEINFRA, após aplicar sucessivas camadas de tinta verde no prédio da Diretoria do Centro de
Tecnologia – principal edifício do primeiro conjunto arquitetônico da UFPB – assenta cerâmica sobre o
concreto aparente, elemento marcante de nossa Arquitetura Moderna. Trata-se de uma prova da falta de
domínio e conhecimento, por parte da Superintendência de Infraestrutura [SEINFRA UFPB], nas áreas da
Engenharia e Arquitetura. Demonstra a dissociação, esquizofrênica, entre a competência da instituição no
ensino e pesquisa e a incompetência dos setores de gestão, da própria instituição, em praticarem estes
ensinamentos. Sendo a Universidade o lugar do saber e da formação da sociedade, plena de intelectuais e
pensadores, reduto de guardiões da memória, esses acontecimentos geram um sentimento de imensa
frustração; afinal, a destruição é promovida por um órgão desta mesma Universidade.
Atualmente a SEINFRA, após aplicar sucessivas camadas de tinta verde no prédio da Diretoria do Centro de
Tecnologia – principal edifício do primeiro conjunto arquitetônico da UFPB – assenta cerâmica sobre o
concreto aparente, elemento marcante de nossa Arquitetura Moderna. Trata-se de uma prova da falta de
domínio e conhecimento, por parte da Superintendência de Infraestrutura [SEINFRA UFPB], nas áreas da
Engenharia e Arquitetura. Demonstra a dissociação, esquizofrênica, entre a competência da instituição no
ensino e pesquisa e a incompetência dos setores de gestão, da própria instituição, em praticarem estes
ensinamentos. Sendo a Universidade o lugar do saber e da formação da sociedade, plena de intelectuais e
pensadores, reduto de guardiões da memória, esses acontecimentos geram um sentimento de imensa
frustração; afinal, a destruição é promovida por um órgão desta mesma Universidade.
No contexto mais amplo, o gesto de destruição do painel de azulejos da Reitoria, reflete a situação lamentável
por que passa a Cultura em nosso país. O Patrimônio Cultural é memória de um povo e a essência do nosso
ser; destruindo esse Patrimônio, as bases da nossa existência são corrompidas.
por que passa a Cultura em nosso país. O Patrimônio Cultural é memória de um povo e a essência do nosso
ser; destruindo esse Patrimônio, as bases da nossa existência são corrompidas.
Esses fatos voltam a evidenciar a necessidade urgente de que a UFPB construa um Plano Diretor e que o
mesmo, como resultado de sua forma de pensar, constitua as diretrizes de sua forma de fazer.
mesmo, como resultado de sua forma de pensar, constitua as diretrizes de sua forma de fazer.
João Pessoa, setembro de 2020.
Departamento de Arquitetura e Urbanismo [DAU UFPB]
Programa de Pós-graduação em Arquitetura e Urbanismo [PPGAU UFPB]
Instituto de Arquitetos do Brasil – Departamento da Paraíba [IAB PB]
Conselho de Arquitetura e Urbanismo da Paraíba [CAU PB]
Programa de Pós-graduação em Arquitetura e Urbanismo [PPGAU UFPB]
Instituto de Arquitetos do Brasil – Departamento da Paraíba [IAB PB]
Conselho de Arquitetura e Urbanismo da Paraíba [CAU PB]
Baixe o arquivo em PDF: Destruição do painel de azulejos do edifício da Reitoria da UFPB (1)