A importância da Arquitetura diante da Pandemia
11 de junho de 2020 |
A pandemia do COVID-19 tem em muito mudado os hábitos da humanidade. Assim como nos anos 1920 a gripe espanhola assolou o mundo, cem anos depois, o corona vírus veio, de forma abrupta, nos fazer não só refletir, mas também mudar nosso estilo de vida.
Novo normal.
Novo normal é um termo que tem sido bastante utilizado nos últimos dias, com a intenção de mostrar que a normalidade que tínhamos antes da pandemia não mais acontecerá. O lado ruim desse novo normal, e espero que não aconteça, seria a continuidade do distanciamento, a proibição de apertos de mão, abraços, beijos. Mas devemos pensar positivamente, e gosto de pensar que o novo normal seja mais próximo do “antigo” normal, mas trazendo os bons hábitos aos quais temos dado mais atenção, como os de higiene pessoal e das edificações.
E quando falamos em edificações, não há profissionais mais indicados a intervir, opinar e projetar do que os arquitetos. Profissionais que estão na linha de frente, intervindo com soluções inteligentes na rede hospitalar para amenizar o contágio e trazer mais conforto para os profissionais da saúde e seus pacientes.
Da mesma forma, a obrigatoriedade da quarentena tem forçado as pessoas a trabalharem de forma remota aos escritórios em seus domicílios. Imprescindível o trabalho do arquiteto, que através de consultorias ou projetos adapta de forma rápida e econômica ambientes de residências, transformando-os em escritórios, salas de reuniões, salas de aulas e outras peculiaridades de acordo com as necessidades dos clientes.
O novo normal trará grandes mudanças também na forma de projetar e apresentar projetos, com a ampliação do uso de meios eletrônicos e redes sociais. Mas nem tudo o que vemos de produção dos arquitetos nas redes sociais, com imagens eletrônicas perfeitas, servirá no novo normal. Durante o processo projetual os arquitetos deverão dar muita atenção à facilitação da higiene, com a especificação correta de materiais de fácil limpeza e cuidados com locais que tendem ao acúmulo de sujeira (o fim do “ripado”, em interiores?).
Não gosto da palavra “tendência” em arquitetura (creio que ela não se encaixa bem em nossas expertises, quando se tratam de tendências gratuitas, como se a arquitetura fosse algo de curta duração ou um objeto de consumo), mas usarei a palavra de forma sólida: a nova tendência está na arquitetura SEGURA. Mais do que nunca o arquiteto deverá mostrar ter conhecimento e comprovar ser o profissional indicado para resolver os problemas do seu cliente, através de soluções técnicas, econômicas e higiênicas, sem relação direta com especificações gratuitas pela simples estética que tanto vemos. O design como um todo, deverá se adaptar às novas exigências da sociedade. Estamos prontos. Que venha o Novo Normal.
Ricardo Vidal
Presidente do CAU/PB