CAU/PB participa de painel da Direção Nacional do IAB em João Pessoa
31 de março de 2015 |
O presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo da Paraíba (CAU/PB), Cristiano Rolim, participou na noite deste sábado (28), no auditório do bloco do curso de Arquitetura e Urbanismo do IESP, em João Pessoa, do painel que abordou o tema do 27º Congresso Mundial de Arquitetura (UIA 2020 RIO): “Arquitetura e Projeto – Todos os mundos: Um só mundo. Arquitetura 21”.
Também participaram da abertura o presidente do IAB Nacional, Sérgio Magalhães, o presidente do IAB.pb Fabiano Melo, o coordenador do curso de Arquitetura e Urbanismo do IESP, Pedro Rossi, além dos palestrantes presidentes dos IABs São Paulo – José Armênio, Rio Grande do Sul – Tiago Holzmann e Rio de Janeiro – Pedro da Luz.
Para o presidente do CAU/PB o evento abordou temas relevantes para o desenvolvimento de nossas cidades. “Foi lembrado como podemos produzir esse espaço urbano, sem planejamento e como planejar na informalidade vertiginosa de crescimento desse mundo urbano, então fica evidente que devemos recuperar as cidades para as pessoas, recuperando o caráter público dos espaços. Devemos projetar cidades reconhecendo suas características pré-existentes como definidoras do desenho do território”, destacou Cristiano Rolim, ressaltando que no modelo de desenvolvimento nacional os arquitetos foram excluídos do processo de construção das cidades. “Temos que recuperar a importância da nossa profissão e participar nas decisões de projeto desde a escala do edifício até a escala humana”, finalizou.
Fabiano Melo, presidente do IAB.pb, comentou a realização do painel na Paraíba. “Realizar este painel na Paraíba é descentralizar as ações da Direção Nacional do IAB e reconhecer nosso trabalho a frente da região nordeste, coincidindo também com as discussões para o congresso da UIA que será realizado em 2020”, destacou o presidente do IAB.pb.
O arquiteto e urbanista Marco Sussuna, que assistiu às palestras, falou sobre a sua percepção em relação aos temas propostos. “As três palestras foram muito interessantes e a impressão e percepção foram de sintonia. Percebemos que temos as mesmas angústias aqui em João Pessoa, no nordeste, no sudeste, no sul, no norte, ou seja, o poder público que não dialoga, sem transparência, sem concursos de projetos em obras impactantes, o mercado imobiliário ditando o desenho das da cidade, o paradigma do urbanismo rodoviarista danoso, o excesso de pragmatismo na gestão e a ausência de planejamento urbano são exemplos que nos afligem”, destacou o arquiteto.
Nota – Reunida em João Pessoa, a Direção Nacional do IAB resolveu divulgar nota sobre o atual cenário da política nacional, lembrando, mais uma vez, a defesa de uma de suas principais bandeiras: o projeto completo como instrumento em favor da transparência nos gastos públicos. A nota também reafirma o compromisso da entidade com a democracia e o direito à cidade e rechaça, enfaticamente, qualquer tentativa de golpe.
Leia abaixo a nota na íntegra:
O Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB), entidade de representação dos arquitetos e urbanistas brasileiros, com 94 anos de história, constituída em todos os Estados da Federação e um dos responsáveis pelas propostas de Reforma Urbana, reafirma, no contexto do momento político brasileiro, seu compromisso histórico com as instituições democráticas e republicanas, o Direito à Cidade, e o bem-estar do povo brasileiro.
O IAB apoia e se solidariza com as iniciativas que visam ampliar conquistas sociais, qualificar a representação política, a transparência nos gastos públicos e a construção de uma cidade mais justa e democrática. Também rechaça enfaticamente quaisquer vozes golpistas. Defendemos a apuração ampla das ocorrências de corrupção e a punição de todos os responsáveis pelos malfeitos, independentemente de sua origem partidária, pública e privada.
O IAB afirma que um dos fatores que determinaram a atual situação do país é a ausência de Planejamento e de Projetos completos, o que estimula a corrupção, aumenta custos de execução e resulta em obras de baixa qualidade.
Os Planos e Projetos devem ser vistos como instrumentos de ampliação da transparência.
Quando a obra pública é licitada a partir apenas do chamado “projeto básico”, ou apenas com uma planilha financeira, transfere-se, à construtora vencedora da licitação, a tarefa de detalhar e completar o projeto. Tal promiscuidade é indutora de reajustes e superfaturamento, e fator estimulante da corrupção.
Assim, o Instituto de Arquitetos do Brasil reafirma a sua convicção no valor das instituições estáveis e democráticas, condição indispensável para garantir aos cidadãos brasileiros e para alcançar o desenvolvimento, a inclusão social e o bem-estar da população.
João Pessoa, 30 de março de 2015.
A Direção Nacional do Instituto de Arquitetos do Brasil